quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Legado da COPA 2014 no Brasil: Elefantes Brancos


Aqui uma sugestão de souvenir para os turistas levarem da Copa 2014 no Brasil. 

O Campeonato Mundial de Futebol da FIFA deixara como legado uma "manada de Elefantes Brancos". O que todos estamos vendo é a construção de estádios caríssimos utilizando dinheiro público e que depois da Copa, serão subutilizados por pura falta de planejamento.
O caso mais representativo é o da Arena da Amazônia em  Manaus, que terá um custo de R$ 532 milhões para média uma média de público em seus campeonatos regionais de 359 pessoas.

Arena Amazônia: O maior Elefante Branco de todos, o estádio terá 100 vezes mais capacidade do que a média de público dos jogos locais.
 
Foram analisadas as médias de público de 2012 e os números estão listados abaixo. Além dos espectadores, é mostrado o custo de cada reforma ou construção, o que será feito do estádio após a Copa do Mundo e quem paga essa conta. Outro prejuízo para o contribuinte deve vir com a capacidade ociosa da maioria dos estádios brasileiros, uma vez que nenhum dos estádios financiados com dinheiro público teve um estudo de viabilidade econômica feito para que a obra se sustentasse após o evento de 2014.




A situação das cidades sedes, conforme os sites Portal 2014 e Portal da Transparência é a seguinte:

Mineirão - Belo Horizonte/MG
Capacidade: 64,5 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 666,3 milhões (estádio: R$ 438,2 mi / esplanada: R$ 228,1 mi)
Média de público nas partidas na cidade: 10.267,6 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal, Governo Estadual e Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Construtoras: Construcap, Egesa e Hap
Depois da Copa: Concessão por 27 anos, abrigará jogos do Atlético, Cruzeiro e América.



Mané Garrincha - Brasília/DF
Capacidade: 71 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 863,2 milhões (cobertura: R$ 173,9 mi)
Média de público nas partidas na cidade: 941 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal, Governo Estadual e Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Construtoras: Consórcio Brasília 2014 (Via Engenharia e Andrade Gutierrez)
Depois da Copa: O estádio será entregue à iniciativa privada podendo se tornar ponto turístico, abrigar grandes shows e ter prioridade em jogos da seleção brasileira.


Arena Pantanal - Cuiabá/MT
Capacidade: 43.6 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 454,2 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 941,3 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal, Governo Estadual e Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Construtoras: Santa Bárbara e Mendes Júnior
Depois da Copa: O estádio será entregue à iniciativa privada podendo se tornar ponto turístico, abrigar grandes shows e ter prioridade em jogos da seleção brasileira. 


Arena da Baixada - Curitiba/PR
Capacidade: 41.375 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 183 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 5.688 pessoas
Quem banca a obra: A modernização da arena curitibana é de responsabilidade da Carlos Arcos Arquitetura. Para as obras (construção do quarto lance de arquibancadas e da cobertura), o município liberou créditos de potencial construtivo de R$ 90 milhões para o Atlético-PR.
Construtora: Indefinida
Depois da Copa: O estádio continuará sob os cuidados do seu dono, o Atlético.


Castelão - Fortaleza/CE
Capacidade: 67 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 518,6 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 11.715 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal, Governo Estadual e Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Construtoras: Consórcio Galvão, Andrade Mendonça e BWA (operadora)
De
pois da Copa: Concessão por oito anos para a Arena Castelão Operadora de Estádio S/A.


Arena da Amazônia - Manaus/AM
Capacidade: 44.310 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 532,2 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 359 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal e Governo Estadual
Construtora: Andrade Gutierrez
Depois da Copa: O estádio será entregue à iniciativa privada podendo se tornar ponto turístico, abrigar grandes shows e ter prioridade em jogos da seleção brasileira.


Estádio das Dunas - Natal/RN
Capacidade: 45 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 417 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 2.319 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal, Governo Estadual e Parcerias Público-Privadas (PPPs)
Construtora: OAS
Depois da Copa: PPP (20 anos de concessão).


Estádio Beira Rio - Porto Alegre/RS*
Capacidade: 60,8 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 330 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 16.377,5 pessoas
Quem banca a obra: Iniciativa Privada
Construtora: Andrade Gutierrez
Depois da Copa: O estádio continuará sob os cuidados do seu dono, o Internacional.


Arena Pernambuco - São Lourenço da Mata/PE
Capacidade: 46 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 500,2 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 18.224,3 pessoas
Quem banca a obra: PPP (governo de Pernambuco)
Construtora: Odebrecht
Depois da Copa: O estádio continuará sob os cuidados do governo pernambucano.


Estádio do Maracanã - Rio de Janeiro/RJ
Capacidade: 76 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 883,5 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 14.243,6 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal e Estadual
Construtoras: Andrade Gutierrez, Odebrecht e Delta
Depois da Copa: O estádio continuará sob os cuidados do governo carioca.


Arena Fonte Nova - Salvador/BA
Capacidade: 50 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 597 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 11.805 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal e Estadual
Construtoras: Odebrecht e OAS
Depois da Copa: PPP (concessão por 35 anos).


Arena Corinthians - São Paulo/SP 
Capacidade: 65 mil lugares
Custo da reforma/construção: R$ 900 milhões
Média de público nas partidas na cidade: 10.084,8 pessoas
Quem banca a obra: Governo Federal e Iniciativa Privada
Construtora: Odebrecht
Depois da Copa: O estádio ficará sob os cuidados do seu dono, o Corinthians. 


*Única obra que não está consumindo dinheiro público!

bebí dessa fonte: Yahoo! Esportes

Um comentário:

  1. Creio que muito antes de a bola rolar nos gramados das 12 (doze) cidades que sediarão os jogos, a Copa já modificou o cenário político da nação. Curiosamente, uma sucessão de fatores culminaram pelo estabelecimento de um clima de indignação e consequente protagonismo político fora do comum, no cidadão.

    É que o povo tem acompanhado a urgência dos preparativos para o evento, que envolve a construção de uma infra-estrutura, incluindo reformas de estádios de futebol; modernização de Aeroportos; construção de auto-estradas, etc. Tudo para se garantir o atendimento das demandas do superaquecimento do turismo, evitando os embaraços da deficiência dos serviços públicos pré-existentes.
    Os meios de comunicação passaram a divulgar o conceito de "Padrão-FIFA", quando referiam-se às exigências que a Fédération Internationale de Football Association (FIFA) tem feito quanto aos projetos arquitetônicos dos estádios, que tem exigido o emprego de vultosos recursos. Diante da incoerência de termos Escolas de Educação básica sem a mínima estrutura para o seu bom funcionamento; Hospitais Públicos que são verdadeiros depósitos de gente moribunda, onde o paciente entra com uma doença e sai com outra, vários setores da comunidade passaram a questionar a flagrante inversão de prioridades.
    Alguns chegam a posicionar-se contra a Copa apontando essas incoerências como razão que justificariam a impropriedade do emprego de tantos recursos em um evento onde a maioria dos cidadãos brasileiros sequer terão condições de participar, em detrimento das deficiências existentes nos serviços de Saúde; Educação; Transportes, etc que permanecem sem solução.

    Em seu site Oficial, a FIFA afirma ter como missão "construir um futuro melhor", buscando liderar pelo exemplo e direcionar a força do futebol e a influência que possui sobre o esporte e sobre os seus parceiros para produzir mudanças positivas na sociedade e no meio ambiente, daí o conceito do "padrão-FIFA" que a meu ver, se constitui no maior legado que a Copa do mundo de 2014 deixa ao povo brasileiro.

    Só podemos entender melhor as manifestações públicas que passaram a ser notícia no cotidiano da imprensa nacional e internacional ao percebermos que o povo assimilou esse legado. Deseja e com razão, Escolas Padrão-FIFA; Hospitais Padrão-FIFA; Aeroportos e Rodoviárias Padrão-FIFA, enfim, um Brasil Padrão-FIFA. Saiba mais Em: http://celsojardim.blogspot.com.br/2013/07/o-legado-da-copa-do-mundo-de-2014.html

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